terça-feira, fevereiro 27, 2007

Grupo descobre novas espécies na Antártida

Um grupo de cientistas internacionais descobriu diversas novas espécies na Antártida, que estão colonizando áreas onde duas geleiras romperam devido ao aquecimento global. Os pesquisadores alertam que o ecossistema da região está a mudar de forma dramática.
A camada de gelo Larsen é uma gigantesca crosta gelada que cobre o Mar de Weddell no litoral leste da Península Antárctica, um apêndice de terra próximo ao extremo meridional de Argentina e Chile. Primeiro em 1995 e depois em 2002, duas gigantescas porções desta camada de gelo, chamadas de A e B, desprenderam-se, fato extraordinário que os cientistas atribuem ao processo de aquecimento global.
O súbito desaparecimento de cerca de 10 mil quilómetros de gelo, que cobriu milhares de anos uma extensa porção do oceano, criou uma oportunidade única para que os cientistas pudessem observar algumas das mudanças que se aproximam por conta do crescente aumento das temperaturas em todo o mundo.
Os cientistas que, entre Novembro de 2006 e Janeiro de 2007 participaram numa expedição para estudar as mudanças na região, descobriram que uma grande quantidade de novas espécies está colonizando as águas descobertas por conta do colapso das camadas de gelo, o que está modificando de forma dramática seu ecossistema tradicional.
Antes do desaparecimento da camada de gelo de 200 metros de espessura, o solo marinho em Larsen era muito diversificado, da rocha ao barro, o que se reflectia também na alta diversidade biológica dos animais que viviam no sedimento, embora quantitativamente sua abundância fosse de apenas 1% se comparado com outras regiões do Mar de Weddell.
Os pesquisadores recolheram mostras de cerca de mil espécimes durante as 10 semanas que durou a viagem e acreditam ter descoberto 15 novas espécies de anfípodes (animais semelhantes a lagostas). Também foram encontradas quatro novas espécies de cnidários (organismos relacionados a corais, medusas e anémonas do mar), entre eles possivelmente uma nova anémona que vive de forma simbiótica com um caracol do mar.


1 comentário:

Nuno Lopes disse...

É incrivel como o homem tem tanta vontade procurar vida no espaço quando ainda nem os seres do seu próprio planeta conhece bem, sobretudo criaturas tão únicas como os seres das profundezas