terça-feira, fevereiro 27, 2007

Erosão ameaça costa portuguesa

Portugal é um dos países da União Europeia (UE) que mais sofre com a erosão costeira: quase um terço da costa portuguesa está a ser destruído pelo mar.
A par das causas naturais, a intervenção do Homem é um dos factores que tem vindo a potenciar a erosão do litoral um pouco por toda a Euopa. A retirada, todos os anos, de cerca de 100 milhões de toneladas de areia que deveriam servir para repor as areias que são levadas pelo mar, é um dos factores que mais contribui para o desgaste da zona costeira. Normalmente, essas areias são retiradas pelo Homem para depois serem utilizadas na construção civil ou em barragens fluviais.
A progressiva erosão costeira tem efeitos nefastos. Ambiente e actividades humanas poderão ser as áreas mais prejudicadas com os danos provocados pela erosão das costas mas a destruição de casas, estradas e habitats naturais essencais para a vida selvagem são as consequências mais imediatas uma vez que a costa está a recuar entre 0,5 e dois metros por ano e, em alguns casos dramáticos, 15 metros. Prevêm-se ainda efeitos nas actividades económicas, principalmente no turismo.

Deslocamentos em massa

Um deslocamentos em massa é um fenómeno geológico que inclui um largo espectro de movimentos do solo, tais como quedas de rochas, falência de encostas em profundidade e fluxos superficiais de detritos. Embora a acção da gravidade sobre encostas demasiado inclinadas seja a principal causa dos deslizamentos de terra, existem outros factores em acção:
.A erosão pelos rios, glaciares ou ondas oceânicas cria encostas demasiado inclinadas
.As encostas de rocha e solo são enfraquecidas por via da saturação com água proveniente do degelo ou de grandes chuvas
.Sismos criam tensões que levam à falência de encostas frágeis
.Erupções vulcânicas produzem depósitos de cinzas soltam, chuvas fortes e fluxos de detritos
.Maquinaria, o tráfego, explosões e mesmo trovões causam vibrações que podem accionar a falência de encostas frágeis
.O excesso de peso por acumulação de chuva ou neve, deposição de rochas ou minérios, pilhas de resíduos ou criado por estruturas feitas pelo homem podem também acumular tensões sobre encostas frágeis até à sua falência.

Grupo descobre novas espécies na Antártida

Um grupo de cientistas internacionais descobriu diversas novas espécies na Antártida, que estão colonizando áreas onde duas geleiras romperam devido ao aquecimento global. Os pesquisadores alertam que o ecossistema da região está a mudar de forma dramática.
A camada de gelo Larsen é uma gigantesca crosta gelada que cobre o Mar de Weddell no litoral leste da Península Antárctica, um apêndice de terra próximo ao extremo meridional de Argentina e Chile. Primeiro em 1995 e depois em 2002, duas gigantescas porções desta camada de gelo, chamadas de A e B, desprenderam-se, fato extraordinário que os cientistas atribuem ao processo de aquecimento global.
O súbito desaparecimento de cerca de 10 mil quilómetros de gelo, que cobriu milhares de anos uma extensa porção do oceano, criou uma oportunidade única para que os cientistas pudessem observar algumas das mudanças que se aproximam por conta do crescente aumento das temperaturas em todo o mundo.
Os cientistas que, entre Novembro de 2006 e Janeiro de 2007 participaram numa expedição para estudar as mudanças na região, descobriram que uma grande quantidade de novas espécies está colonizando as águas descobertas por conta do colapso das camadas de gelo, o que está modificando de forma dramática seu ecossistema tradicional.
Antes do desaparecimento da camada de gelo de 200 metros de espessura, o solo marinho em Larsen era muito diversificado, da rocha ao barro, o que se reflectia também na alta diversidade biológica dos animais que viviam no sedimento, embora quantitativamente sua abundância fosse de apenas 1% se comparado com outras regiões do Mar de Weddell.
Os pesquisadores recolheram mostras de cerca de mil espécimes durante as 10 semanas que durou a viagem e acreditam ter descoberto 15 novas espécies de anfípodes (animais semelhantes a lagostas). Também foram encontradas quatro novas espécies de cnidários (organismos relacionados a corais, medusas e anémonas do mar), entre eles possivelmente uma nova anémona que vive de forma simbiótica com um caracol do mar.


domingo, fevereiro 18, 2007

Argila tornou possível vida animal na Terra, diz estudo

A argila tornou a vida animal possível na Terra, segundo um estudo. Um rápido aumento do oxigénio na atmosfera, durante a história geológica recente do planeta, considerado extremamente necessário para a expansão da vida animal, ocorreu justamente quando o índice de formação de argila na superfície da Terra também aumentou, disseram os pesquisadores.
"Nosso estudo mostra pela primeira vez que o solo inicial que cobriu a superfície terrestre aumentou a produção dos minerais da argila e forneceu os processos geoquímicos necessários para oxigenar a atmosfera e sustentar a vida animal", disse um dos pesquisadores.
Analisando rochas sedimentares antigas, os pesquisadores encontraram evidências de um aumento no depósito de argila mineral nos oceanos durante um intervalo de tempo 200 milhões de anos, que se situou entre 1,1 bilhão e 0,54 bilhão de anos atrás. O aumento na formação de argila mineral e da oxigenação precederam (no tempo geológico) os primeiros fósseis animais.
Os minerais da argila formaram-se graças a interacções biológicas durante o desgaste das rochas, e então erodiram e escorreram para o mar, onde estão depositados como lama. Por serem quimicamente reactivos, eles atraem e absorvem matéria orgânica no oceano, protegendo-a e preservando-a.
O estudo enfatiza a possibilidade de que a colonização do continente por ecossistemas primitivos (possivelmente fungos) acelerou a formação de argila, como acontece actualmente. Ao serem carregados para o mar, os minerais da argila preservaram mais matéria orgânica nos sedimentos marinhos do que seria o caso de outra forma. Os pesquisadores afirmam que a acumulação do carbono contido na matéria orgânica permitiu que mais oxigénio livre existisse na atmosfera.

GENE NEANDERTAL PODE TER AJUDADO A DESENVOLVER CÉREBRO HUMANO

O sequenciamento de grandes quantidades de DNA neandertal deixou muitos cientistas surpreendidos, isto porque acabou-se de identificar, no DNA de pessoas de hoje, uma variante genética que poderia ter sido passada dos neandertais para os nossos antepassados (provavelmente por beneficiar o crescimento do cérebro).
O gene em questão, o MCPH1 ou microcefalina, regula o desenvolvimento do órgão. Hoje, a versão mais comum dele, presente em 70% da população, é o chamado haplogrupo D. Acontece que os pesquisadores encontraram sinais de que, até 37 mil anos atrás, essa versão não estava presente no material genético dos humanos modernos. A partir daí, ele teria se espalhado rapidamente, aparentemente por conferir uma vantagem para a sobrevivência.O haplogrupo D, porém, é muito mais antigo que isso (teria uns 500 mil anos de idade. É como se ele tivesse se originado numa população diferente da dos humanos modernos e depois entrado nela) por cruzamento, pensam os cientistas.
"A vantagem de obtermos o genoma dos neandertais é que esse tipo de inferência pode ser testado diretamente", diz Eddie Rubin, um dos responsáveis pelo projeto. "Se não acharmos o haplogrupo D entre eles, poderemos descartar essa hipótese."


quarta-feira, fevereiro 14, 2007

Ratos clonados a partir de células estaminais

Uma equipa de cientistas norte-americanos conseguiu, pela primeira vez, proceder à clonagem de ratinhos a partir de células estaminais adultas extraídas da pele dos roedores.Os animais criados através do processo de transferência de núcleos sobreviveram até à idade adulta e são saudáveis, segundo os investigadores. Naquele novo modelo de clonagem foram utilizados queratinócitos do folículo piloso subepidérmico, que são facilmente acessíveis. Além disso, graças à capacidade de se renovarem e diferenciarem em tipos de células diferentes, os investigadores pensam que aquelas células da pele têm maior potencial para a clonagem.Até agora houve clonagens de ratos a partir de células estaminais retiradas do tecido que envolve o embrião, de fibroblastos, células de tecido conjuntivo, ou de células embrionárias, mas essas experiências tiveram taxas de êxito de apenas um ou dois por cento. Esta clonagem consistiu em substituir o núcleo de um ovócito não fertilizado pelo núcleo do queratinócito. As células resultantes foram cultivadas em laboratório até à fase de blastócito, quando o embrião é já um conjunto de células. Os blastócitos foram implantados no útero de um roedor, onde continuaram a desenvolver-se até se converterem num feto.


terça-feira, fevereiro 13, 2007

PLESIOSSAURO DE 70 MILHÕES DE ANOS É ACHADO NA ARGENTINA

Cientistas descobriram um fóssil do esqueleto de um plesiossauro jovem "extremamente preservado", que viveu nas águas do oceano Atlântico há 70 milhões de anos.
É a primeira vez que se descobre um exemplar jovem desta espécie de réptil marinho que viveu junto com os dinossauros.
Trata-se do esqueleto de plesiossauro mais completo e, sem dúvida, o melhor articulado em relação a todos os encontrados na Antártica.
Trata-se de um réptil muito parecido com o monstro do lago Ness, com nadadeiras que lhe permitiam “voar na água” apresentando semelhanças com o pingüim atual.
Os fósseis foram descobertos na ilha Vega, a 60 km da base Marambio, na Antártica argentina, 200 metros sobre o nível do mar. Devido à erosão do terreno arenoso marinho haviam ficado em evidência algumas vértebras.
O esqueleto está quase perfeitamente articulado, embora o crânio esteja corroído e separado do corpo.
Os cientistas acreditam que uma erupção vulcânica tenha provocado a morte do animal, pois foram descobertas várias camadas de cinza vulcânica na região.

Pele humana abriga bactérias desconhecidas

Um simples pedaço de pele num braço humano é quase um ecossistema em miniatura. A análise de amostras extraídas de seis voluntários revelou mais de 200 espécies diferentes, das quais quase 20% parecem ser desconhecidas da ciência.
Sabe-se pouquíssimo sobre a diversidade de bactérias que habitam a pele humana, principalmente porque é difícil criar a imensa maioria desses microrganismos em laboratório. Foi por isso que a equipe capitaneada por Martin Blaser, da Escola de Medicina da Universidade de Nova York, usou outra estratégia.
Eles analisaram directamente o DNA obtido da pele humana, observando um gene que varia bastante de espécie para espécie entre os microrganismos (o suficiente para discriminar com bom grau de confiança os vários tipos de bactéria).
Apesar da grande quantidade de tipos de micróbio, os pesquisadores descobriram que algumas poucas espécies estão sempre presentes em grande número na pele de todas as pessoas, enquanto a grande maioria dos microrganismos aparece em pequenas quantidades. A comunidade de micróbios também varia bastante ao longo dos meses na mesma pessoa, embora as do braço esquerdo e as do direito sempre se pareçam uma com a outra. Ou seja, trata-se de um ambiente altamente instável, que pode abrigar os mais variados tipos de bactéria dependendo do momento da amostragem.
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FÓSSIL DE DINOSSAURO GIGANTE É DESCOBERTO NA ESPANHA

Um dinossauro gigante totalmente desconhecido, primeiro representante de um grupo até então incógnito, foi descoberto na Espanha.
Este dinossauro saurópode (quadrúpede) herbívoro foi identificado a partir de fósseis encontrados no sítio arqueológico de Rideva (nordeste da Espanha), em camadas que remontam ao período chamado de limite Jurássico-Cretáceo, há cerca de 145 milhões de anos.
Os restos do animal, que recebeu o nome científico de Turiasaurus riodevensis, são compostos de esqueletos mais ou menos preservados, provenientes de diferentes partes de seu corpo (patas, dentes, vértebras cervicais, dorsais e caudais, omoplata...).
A julgar por seu tamanho e, particularmente, pelo comprimento do úmero (1m79), o turiassauro deveria pesar entre 40 e 48 toneladas, estimam os paleontólogos espanhóis, o que o aproxima dos maiores saurópodes conhecidos.
Os maiores dinossauros eram herbívoros porque a digestão das plantas é mais fácil quando elas são absorvidas em grande quantidade. Os dinossauros carnívoros terópodes (bípedes e mais altos, da ordem de 13 metros), como o gigantossauro e o célebre Tiranossauro rex, não chegam a ultrapassar as oito toneladas.
De destacar ainda que os maiores dinossauros identificados até hoje vinham da Ásia, da África ou das Américas e eram de espécies mais evoluídas, do grupo dos neosaurópodes.
Na imagem acima representada podemos ver um osso do saurópode encontrado na Espanha.

domingo, fevereiro 11, 2007

Estudo liga um mesmo gene à inteligência e à esquizofrenia

Um estudo feito por pesquisadores americanos mostra que a inteligência e a esquizofrenia podem estar ligadas por um gene que aumenta a habilidade do cérebro de pensar.
O trabalho indica que a esquizofrenia, condição psicótica que afecta cerca de 60 milhões de pessoas no mundo, pode ser o risco que determinadas pessoas têm de correr, pelo desenvolvimento extraordinário de capacidades intelectuais.
A pesquisa sugere que alguns dos factores genéticos envolvidos nas capacidades cognitivas podem apresentar problemas, deixando uma parcela dos indivíduos com maior hipótese de ter distúrbios mentais.
Os pesquisadores examinaram uma variação comum de um gene, o Darpp-32, que faz com que a região do cérebro responsável pelo raciocínio mais sofisticado seja mais eficiente, melhorando o processo de transmissão de informações.
Contudo, o gene também foi ligado às funções cerebrais registradas em pacientes com esquizofrenia. Uma investigação em 257 famílias com histórico de esquizofrenia mostrou que o gene é bastante comum entre pessoas com a doença.
O gene amplia a capacidade de processamento de informação e, quando o cérebro funciona normalmente, o indivíduo ganha flexibilidade para pensar e um melhor desempenho da memória.
Entretanto, outros genes e as condições de vida do indivíduo podem fazer com que o cérebro encontre dificuldades para “controlar” esse ganho, ocasionando um efeito colateral.
A esquizofrenia é uma condição que pode causar alucinações e delírios e que, em casos muito graves, por fazer com que o paciente se torne incapaz de interagir socialmente com outras pessoas. Estima-se que cerca de 1% da população do mundo tenha sintomas da doença.

Estudo liga gene a cancro de próstata e de mama

Um gene, descoberto há poucos anos, pode elevar o risco de cancro de mama em mulheres e cancro de próstata em homens, diz. O gene, chamado Palb2, pode ter um papel em cerca de 1% dos casos de cancro de mama da população analisada na pesquisa - mulheres finlandesas - mas a sua descoberta lança luz sobre as complexas interacções genéticas que estão por trás da doença, dizem os autores do estudo.
"Cancro de mama pode surgir de uma grande variedade de anomalias genéticas, e mutações adquiridas durante a evolução do tumor são relativamente comuns na doença", disse um dos autores do trabalho, Bing Xia.
O novo estudo parte de trabalhos realizados por Xia e pelo médico David Livingston nas proteínas que interagem com as substâncias produzidas pelo gene Brca2, também ligado ao cancro de mama. "Descobrimos que o Palb2 ajuda a segurar o Brca2 em áreas importantes do núcleo da célula, onde o Brca2 conserta o DNA defeituoso", disse Xia. Mutações do Brca2 podem impedir que esses reparos ocorram, o que pode levar ao cancro. Se o Brca2 é normal, mas o Palb2 é defeituoso, o reparo também pode não acontecer.
Além de estudar mulheres finlandesas, os pesquisadores também avaliaram tecidos de homens com diversos tipos de cancro. Em uma família na qual o cancro de próstata vinha ocorrendo há várias gerações, todos os pacientes testados possuíam o gene Palb2 mutante, sugerindo uma ligação entre a configuração genética e a doença.


sábado, fevereiro 10, 2007

Reino é a categoria superior da classificação científica dos organismos introduzida por Lineu no século XVIII. Originalmente, Lineu considerou as coisas naturais no mundo divididas em três reinos:
Mineral, Animalia - os "animais" (com movimento próprio) e Plantae - as "plantas" (sem movimentos).
Os reinos são subdivididos em filos (para o reino animal) ou divisões (para as plantas).
Quando se descobriram os organismos unicelulares, estes foram divididos entre os dois reinos de organismos vivos. As formas com movimento foram colocadas no filo Protozoa e as formas com pigmentos fotossintéticos na divisão Algae. As bactérias foram classificadas em várias divisões das plantas.
Com a falta de comunicação existente naquele tempo, certas espécies - por exemplo, a Euglena, que é verde e móvel - foram classificadas umas vezes como plantas, outras vezes como animais. Então, por sugestão de Ernst Haeckel, foi criado um terceiro reino de organismos vivos, o reino Protista para acomodar estas formas.
Copeland introduziu um quarto reino para as bactérias, que têm uma organização celular procariótica, enquanto que os organismos dos restantes três reinos são formados por organismos eucarióticos. Ele chamou a este reino Mychota, nome que foi mais tarde substituído por Monera (que significa formas primitivas).
Robert Whittaker incluiu os fungos no reino Fungi, ficando a haver três reinos para organismos multicelulares:
Plantae - autotróficos, Fungi - saprófitos, e Animalia - heterotróficos
e mais dois reinos para os organismos unicelulares ou coloniais:
Protista e Monera.
Este sistema dos cinco reinos ainda é bastante usado na literatura científica.
Um outro sistema foi proposto para incluir os virus, com seis reinos, divididos por três super-reinos e o grupo supremo, o Super-domínio Biota:
.Super-domínio: Biota - Todos os organismos vivos, sem nenhuma exceção.
-Super-reino: Acytota - organismos acelulares (também chamado "império" ou domínio Aphanobionta)
Reino: Vírus - os vírus e agentes sub-virais
-Super-reino: Prokaryota - organismos sem núcleo celular organizado
Reino: Monera - as bactérias
-Super-reino: Eukaryota - organismos com núcleo celular organizado
Reino: Fungi - os fungos
Reino: Metaphyta - as plantas "superiores"
Reino: Metazoa - os animais
Reino: Protista - os protozoários e algas unicelulares
Recentemente, no entanto, novas investigações sobre a filogenia dos organismos levaram a um novo sistema de classificação, a cladística. A mais importante foi a descoberta de Carl Woese, em 1977, de que os procariotas compreendiam dois grupos distintos, a que ele chamou Eubacteria e Archaebacteria que actualmente são denominados Bacteria e Archaea.
Esta descoberta levou ao sistema de classificação cladístico dos organismos em três Domínios, que se pretendia que fossem um substituto dos Reinos, mas que acabou por ser usado como um "super-reino" (se bem que ainda possa ser utilizada a proposta dos super-reinos, pois no reino Monera os domínios Bacteria e Archae são sub-reinos).
O quadro abaixo mostra as relações entre estes sistemas de classificação.

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Reino_(biologia)

Cientistas descobrem novo roedor amazónico

Uma das regiões mais ricas em biodiversidade no planeta acaba de ficar ainda mais abundante em espécies. Dois pesquisadores americanos descobriram, no lado amazónico dos Andes, um simpático roedor até então desconhecido, parente de bichos que estão presentes também na Amazónia brasileira. O animal faz parte de uma colheita muito maior de espécies na Reserva Biológica de Manu (sul dos Andes peruanos): três anos de pesquisa lá revelaram um total de 11 outras espécies, entre gambás, morcegos e roedores. O nome científico do bicho, com pêlo marrom espesso e sedoso e tamanho próximo ao de um esquilo, é Isothrix barbarabrownae. Ele faz parte do grupo dos roedores que normalmente são escaladores e vivem entre árvores e trepadeiras da floresta amazónica. Aparecem tanto nas terras baixas amazónicas do Brasil quanto na mata atlântica, mas a nova espécie foi achada num habitat de altitude superior a 2.000 m.O único espécime que os pesquisadores conseguiram colectar até agora foi abatido por um tiro. Nem os moradores da região conheciam o bicho. Agora, eles esperam conseguir mais exemplares para elucidar seus hábitos e sua história evolutiva.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

DENTE MOSTRA QUE NEANDERTAIS CRESCIAM COMO HUMANOS MODERNOS

Uma nova análise dos dentes dos neandertais levanta dúvida sobre a idéia de que esse humano pré-histórico se distinguia de nós por um crescimento rápido na infância abreviada.
Alguns cientistas recorreram à tomografia por computador para examinar o interior de dois molares de neandertais, provenientes do sítio arqueológico francês de La Chaise-de-Vouthon.
Uma vez visualizadas em três dimensões e comparadas às de um homem moderno, as imagens desses dentes e de suas micro estruturas internas, que correspondem a seu crescimento, mostraram que a duração da infância de um neandertal era, na realidade, comparável à nossa. Há um ano, um outro estudo internacional, que consistia em comparar os sulcos (que podem ser interpretados como os anéis de crescimento das árvores) do esmalte dos dentes dos neandertais e de humanos modernos, já havia chegado a uma conclusão idêntica.Esses
cientistas na verdade "leram" nos dentes que os neandertais se tornavam adultos aos 15 anos, três ou cinco anos antes do homem moderno, e viram nessa discrepância no desenvolvimento uma diferença fundamental que impediria que as duas espécies se cruzassem.


Reconstrução digital de molar de leite (à esq.) e permanente dos neandertais



GENE NEANDERTAL PODE TER AJUDADO A DESENVOLVER CÉREBRO HUMANO

O sequenciamento de grandes quantidades de ADN neandertal deve ter deixado alguns cientistas com gosto de "quero mais" na boca. Eles acabam de identificar, no DNA de pessoas de hoje, uma variante genética que poderia ter sido passada dos neandertais para os nossos antepassados (provavelmente por beneficiar o crescimento do cérebro).
O gene em questão, o MCPH1 ou microcefalina, regula o desenvolvimento do órgão. Hoje, a versão mais comum dele, presente em 70% da população, é o chamado haplogrupo D. Acontece que os pesquisadores encontraram sinais de que, até 37 mil anos atrás, essa versão não estava presente no material genético dos humanos modernos. A partir daí, ele teria se espalhado rapidamente, aparentemente por conferir uma vantagem para a sobrevivência.
O fato curioso é que essa é mais ou menos a época em que humanos e neandertais começaram a “tombar-se” na Europa. O haplogrupo D, porém, é muito mais antigo que isso (teria uns 500 mil anos de idade. É como se ele tivesse se originado numa população diferente da dos humanos modernos e depois entrado nela) por cruzamento, afirmam.
"A vantagem de obtermos o genoma dos neandertais é que esse tipo de inferência pode ser testado directamente", diz um dos responsáveis pelo projecto. "Se não acharmos o haplogrupo D entre eles, poderemos descartar essa hipótese."

Fonte:http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,AA1350216-5603,00.html

BACTÉRIAS TÊM O MENOR GENOMA DE TODOS OS SERES VIVOS, DIZ ESTUDO

Micróbios vivem em simbiose com insertos e estão a caminho de virar uma simples parte das células dos bichos ou mesmo desaparecer
Duas bactérias, apelidadas de Carsonella rudii e Buchnera aphidicola BCc pelos cientistas, acabam de ter seu genoma (o conjunto do DNA) descodificado, ganhando o título de seres vivos com o material genético mais compacto conhecido. As duas vivem no interior das células de certos insectos, em simbiose com eles -- um negócio que até hoje foi vantajoso para ambas as partes. Mas a perda de pedaços do genoma (que nem sempre foi tão reduzido assim) pode significar que os dias das duas bactérias estão contados. As perspectivas são melhores para a C. rudii: ela deve continuar a existir, mas vai se integrar de tal maneira às células do insecto que virará um simples órgão delas.
Já a B. aphidicola BCc está seriamente ameaçada de simplesmente desaparecer. O seu DNA encolheu tanto que parou de funcionar direito como organismo e se tornou supérflua para seu hospedeiro, já que outro micróbio está fazendo as vezes dela. A extinção parece ser seu destino mais certo.
O tamanho dos genomas é medido em pares de bases (as bases são as "letras" químicas A, T, C e G, que formam o DNA), e qualquer comparação deixa claro o quão minúsculos são os das duas criaturas. A C. rudii, menorzinha, tem só 160 mil pares de bases, enquanto a outra conta com 422 mil -- o genoma humano, por sua vez, ostenta nada menos que 3 bilhões de pares de bases.
Na verdade, é mais fácil comparar as nanicas não com outras bactérias, mas com estruturas internas das células dos organismos superiores que têm DNA próprio, como os plastídios, que coordenam a fotossíntese nas células das plantas e cujo material genético gira em torno de 220 mil pares de bases. A comparação, aliás, não tem nada de acidental, segundo os pesquisadores.
É que tudo indica que, no passado remoto, tanto os plastídios quanto as mitocôndrias, as usinas de energia das células humanas, também eram bactérias que começaram como simbiontes e depois foram incorporados em definitivo aos organismos superiores. A dupla de bactérias de genoma nanico parece estar mais ou menos nesse caminho. Elas até são transmitidas de mães para filhos, como acontece com as mitocôndrias.
"A C. rudii aloja-se no abdômen das fêmeas do insecto hospedeiro, muito perto do local onde são produzidos os ovos", contou ao G1 Nancy A. Moran, da Universidade do Arizona (EUA), que estudou o genoma do micróbio. Ele vive no interior de células especializadas do insecto, que se alimenta de seiva. Segundo Moran, as bactérias são transferidas dessas células especiais para os ovos durante a produção deles.
O insecto hospedeiro se alimenta de seiva, uma fonte relativamente pobre de nutrientes. A bactéria compensa isso produzindo uma série de substâncias essenciais, principalmente aminoácidos (os ingredientes das proteínas), enquanto as células do insecto lhe conferem protecção e um ambiente seguro para se multiplicar. Mas parece que a vida lá dentro é tão boa que o genoma da C. rudii foi perdendo vários genes essenciais para sua sobrevivência em estado livre, provavelmente porque não precisava mais deles. Ela não deveria estar saudável, mas está -- o que sugere que essas funções foram assumidas pelo hospedeiro, que teria inclusive incorporado genes dela.
"Isso é especulativo, mas achamos essa transferência pode ter acontecido", diz Moran. O que sugere que, como as mitocôndrias, a bactéria poderá se tornar um órgão celular, ou organela, no futuro.
Ocaso de simbiose entre a B. aphidicola BCc e uma espécie de pulgão provavelmente vai ter um final bem menos feliz. É o que dizem Vicente Pérez-Brocal que estudou o micróbio.
O que acontece é que, além de perder genes essenciais para sua sobrevivência livre, a bactéria também foi inepta o suficiente para permitir que parassem de funcionar seus genes ligados à produção dos aminoácidos para o hospedeiro. Pior: outra bactéria parece estar criando uma simbiose com o pulgão e fazendo esse serviço, tornando-a desnecessária. É difícil de prever o que vai acontecer, mas o mais provável é que a bactéria compacta desapareça de vez.

Cientistas usam RNA para atacar cancro

Cientistas de uma universidade britânica e de outra alemã estão a pesquisar uma nova arma contra o cancro baseada na utilização de moléculas do ácido ribonucléico (RNA). As duas equipes, uma da Universidade de Oxford e outra da clínica universitária da cidade alemã de Tübingen, propuseram-se a atacar os genes humanos que permitem que os tumores cresçam desenfreadamente no organismo. Os pesquisadores se referem ao cancro como uma doença genética devido ao papel que os genes desempenham na proliferação incontrolada de células cancerosas, o que acaba criando um tumor. O enfoque radical adoptado pelas duas equipes consiste em utilizar moléculas de RNA -- substância similar ao DNA dos genes -- para "silenciar" ou desativar determinados genes-chave que têm relação com o crescimento dos tumores. Uma equipe da universidade de Oxford demonstrou em um estudo que é possível utilizar grandes moléculas de RNA para desactivar um gene responsável pela enzima DHFR, que contribui para a rápida proliferação das células cancerosas. A equipe de Tübigen utilizou moléculas menores de RNA em um estudo com roedores para desactivar outro gene que tem papel importante no rápido crescimento dos tumores cerebrais. Segundo Alexandre Akoulitchev, um dos pesquisadores de Oxford que participam do estudo, há um consenso crescente entre os especialistas em câncer de que as moléculas de RNA oferecem possibilidades inéditas para combater o cancro. A equipe de Oxford demonstrou que é possível utilizar directamente o RNA para actuar sobre o "interruptor de luz" genético que controla o gene da enzima em questão. Quando são "apagadas", as células cancerosas em processo de divisão ficam sem uma substância vital, a timina, uma das quatro bases químicas do DNA. "Inibindo o gene da enzima DHFR, poderíamos impedir o crescimento das células neoplásicas, células normais que se degeneram em cancerosas, como as do cancro de próstata", explica Akoulitchev. "Na prática, o primeiro fármaco anticancerígeno, Methotrexate, actua ligando e inibindo a enzima que produz esse gene", acrescentou. Outro enfoque é o adoptado pelo professor Michael Weller, diretor de neurologia geral da clínica universitária de Tübingen, que utiliza moléculas menores de RNA para desactivar um gene que impede que os tumores cerebrais sejam atacados pelo sistema imunológico do organismo. Nos trabalhos experimentais realizados com ratos que apresentavam tumores cerebrais, estes se descompuseram totalmente com a perda da protecção pelo gene "silenciado", conhecido pelo nome de TGF-beta. "Vimos primeiro os tumores crescerem e depois diminuírem de tamanho. Estou trabalhando nisso há dez anos e é a única tecnologia que nos permitiu produzir curas confiáveis no caso dos animais", afirma Weller. Os dois cientistas americanos que descobriram a interferência do RNA, Andrew Fire, da Universidade de Stanford, e Craig Mello, de Massachusetts, ganharam no ano passado o Nobel de medicina.

sábado, fevereiro 03, 2007

Espécie "invasora" - Acácia

A Acácia é ma espécie de carácter invasor. É uma angiospérmica, dicotiledónea, de crescimento rápido, atingindo uma altura entre os 8 e 15 metros, em média. É uma árvore de folha persistente, robusta, de porte erecto e simétrico. As folhas desta são elípticas, sendo os frutos castanhos-avermelhados e as terríveis sementes rodeadas por pedículos vermelho-rosadas.
A Acácia (Acacia melanoxylon) pertence ao reino das Plantas, à filo Magnoliophyta, à classe das Magnoliopsida, à subclasse das Rosidae, à ordem das Fabales, à família das Leguminosae (Fabaceae), à sub família das Mimosoideae, à tribo Acacieae e ao género Acacia.
Esta espécie é nativa das florestas tropicais do Sudeste da Austrália e da Tasmânia. No entanto, tem sido disseminada pelo resto do globo devido ao seu valor ornamental, ao valor da sua madeira negra e, também devido ao facto de ser considerada uma praga, estando muitos dispersa em todo continente e, inclusive, nos Açores.
Como já foi dito, neste momento, a Acácia é considerada uma praga, pois está bastante generalizada por todo o nosso país. Esta, foi introduzida em Portugal, pelos Serviços Florestais, cerca do século XIX, nas Zonas do Litoral Português e em Parques Naturais com o intuito de consolidar e estabilizar as dunas, Nas zonas próximas do mar, e proteger as culturas, nos Parques Naturais.
Esta planta tem causado uma perda de diversidade florística dos ecossistemas e é responsável pela monotonia estrutural destes, o que faz com que se reduza a riqueza natural e se origine um desequilíbrio ecológico acentuado. É ainda de salientar que, a concentração de acácias é maior junto às estradas, caminhos e terrenos de culturas, e em zonas que foram anteriormente atingidas pelo fogo, de tal modo que não seja estranho vê-las por toda a parte. Outros dos impactos da Acácia é o facto desta ter muita facilidade em se regenerar vegetativamente de forma vigorosa e reproduzir-se prolificamente após a ocorrência de um fogo. A sua reprodução é aparentemente estimulada pelo fogo, e a rápida regeneração após um fogo deve-se essencialmente à germinação a partir das sementes. Com a destruição da floresta existente pelo fogo, basta esta acácia existir no local, para que as grandes quantidades de sementes produzidas e estimuladas pelo calor das chamas levem a que a sua população colonize rapidamente todos os locais desocupados, não deixando espaço para as outras espécies.
Contudo, muitas têm sido as tentativas de acabar com a Acácias no nosso pai. Várias medidas como corte das árvores ou o uso de fitocidas, no entanto, e apesar destes meios já terem sido testados, a melhor hipótese parece ser evitar a sua plantação, uma vez que reage muito bem a outros distúrbios como à queima, como ao corte, porque volta a rebentar utilizando a reprodução vegetativa. É bastante tolerante à sombra, mas a promoção de sombra com outras espécies pode ser uma solução a médio prazo.

Curiosidades:
. A sua madeira é muito valorizada por ter uma fibra dura e compacta. Era utilizada na Austrália para fazer lanças, “boomerangs”, mocas e escudos. A parte interior da casca era utilizada para fazer cordas;. A sua madeira é utilizada e apreciada para mobília, barcos ou instrumentos musicais, o que justifica o desenvolvimento da sua exploração silvícola em alguns países;
. A Acacia melanoxylon é conhecida por causar alergia dérmica por contacto, o que acontece normalmente nas mãos.

Fontes:

http://www.azores.gov.pt/NR/rdonlyres/3AB70BDE-6B29-4E60-8404-E7210DFB13F7/65502/Anexo4.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Acacia_melanoxylon
http://www.arboretos.cnpm.embrapa.br/arboreto/lista.html
http://www.cienciaviva.pt/veraocv/biologia/Bio2002/pdf/pena.pdf
http://pt.wikipedia.org/wiki/Lista_de_esp%C3%A9cies_invasoras_em_Portugal

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

Famílias brasileiras têm mutação específica de proteína

Uma mutação genética que deve ter ocorrido pelos tempos de 1800 num brasileiro que deixou descendentes deu origem a uma síndrome encontrada hoje aparentemente apenas em famílias que vivem no País. A doença rara predispõe o indivíduo a ter diversos tipos de tumores ao longo da sua vida.A doença brasileira é uma variante da síndrome de Li-Fraumeni, que até recentemente havia sido descrita em apenas 280 famílias em todo o mundo. Há alguns anos, no entanto, médicos começaram a observar um número significativo de pessoas com o mesmo problema, que se caracteriza por uma mutação no gene TP53, responsável pela expressão da proteína p53, que, com a falha, fica inactiva. O grupo, liderado por Maria Isabel Achatz, rastreou pelo menos 45 famílias brasileiras com a síndrome. Os cientistas sequenciaram o gene defeituoso e perceberam que a mutação, ao contrário da observada nos demais 280 casos conhecidos, ocorria em outra região do gene, e é isso que a torna tão específica.
Esta doença é responsável pelo controlo do ciclo celular, mas, quando inactiva por algum tipo de mutação no gene, as células tumores se proliferam com facilidade. Essa falha é hoje considerada responsável por mais de 50% dos tipos de câncer.Acontece que entre os pacientes com a síndrome de Li-Fraumeni, o problema é muito mais complicado. Como a doença é hereditária, os portadores apresentam a mutação em todas as células do seu corpo - e não apenas em um determinado tecido, como ocorre com os demais tipos de cancro.Com isso eles apresentam uma probabilidade muito maior que o resto da população de desenvolver algum tipo de tumor - sem contar que ele pode ocorrer mais precocemente, em qualquer parte do corpo e em diferentes momentos da vida. Até os 40 anos, a chance é de 50%, ante 1% do resto das pessoas, podendo chegar a 90% com o passar dos anos.Os casos mais comuns são de tumores do sistema nervoso central, de mama e os infantis. Entre as crianças a chance de desenvolver cancro aumenta tanto que por algum tempo se suspeitou que a mutação ocorria apenas entre elas. Um trabalho com 35 crianças de Curitiba sugeriu que se tratava de um raro tumor infantil. Mas a equipe de Maria Isabel tem provado que a síndrome é comum em adultos.Entre os pacientes observados pelo grupo de Maria Isabel, ela conta o caso de uma mulher que no intervalo de alguns s desenvolveu uma série de tumores, sem que eles estivessem relacionados por metástase. Inicialmente ela teve um sarcoma na veia cava (que sai do coração), um ano depois um cancro de mama, seis meses depois um tumor na tiróide e, após um ano e meio, outro cancro no pulmão.Quando sua árvore genealógica foi investigada, os cientistas conseguiram descobrir o primeiro caso de um antepassado desta paciente que viveu nos anos 1850. Casos de cancro foram rastreados em sete gerações dessa família. “Além da sua capacidade de aparecer em qualquer parte do corpo, esse gene mutado tem um carácter dominante, o que aumenta sua incidência.Por conta dessa acção devastadora da doença, a pesquisadora considerou muito bem-vinda a descoberta de cientistas americanos de que é possível regredir os tumores. “A molécula é estudada desde os anos 90, já se sabia da sua relação com o surgimento de tumores possibilitando assim uma esperança aos portadores desta doença.

Cérebro do homem das Flores mostra que é uma espécie nova

Continua a polémica sobre o homem das Flores, um fóssil descoberto em 2003 naquela ilha da Indonésia. Os cientistas australianos e indonésios que o encontraram numa escavação revelaram que era uma nova espécie de humano, que viveu há 18 mil anos.
Logo choveram críticas de outros cientistas, dizendo que não passava de um exemplar da nossa espécie, o homem moderno, só que era anão ou microcéfalo ou ambas as coisas. A equipa que o encontrou contra-atacou, explicando, por que razão é mesmo de uma espécie diferente da nossa. A equipa da paleoneurologista Dean Falk, da Universidade Estadual da Florida (EUA), reconstituiu em computador, a três dimensões, o tamanho e a forma externa do cérebro do homem das Flores a partir do crânio encontrado. Até as fendas na superfície do cérebro foram tidas em conta. Depois, os cientistas compararam esse cérebro virtual com reconstituições idênticas de humanos modernos: dez normais e nove com microcefalia, um problema caracterizado por um cérebro pequeno e deficiência mental. Concluíram que os vestígios do esqueleto quase completo de um hominídeo do sexo feminino, encontrados na gruta indonésia de Liang Bua, com um metro de altura e uma caixa craniana idêntica à de um chimpanzé, não são de um humano moderno microcéfalo. Encontraram-se ainda vestígios de vários indivíduos, mais fragmentados. Certas características superficiais do cérebro, como as fendas, permitem separar os humanos normais dos microcéfalos, garante agora a equipa. Noutros aspectos, o seu cérebro é único, o que é consistente com a atribuição de uma nova espécie. A comparação de duas áreas do lobo frontal, temporal e occipital mostram que o cérebro não era nada microcéfalo; era avançado, mas de uma forma diferente dos humanos actuais. Dean Falk afirma inclusive:"A equipa já tinha comparado o modelo interior do crânio do homem das Flores com um crânio microcéfalo. Mas agora alargou a amostra de crânios microcéfalos, para incluir os dois sexos, crianças e adultos, caixas cranianas entre 276 a 671 centímetros cúbicos e origens geográficas distintas (Europa, América e África). Com este artigo, os cientistas querem que a discussão em torno do Homo floresiensis, o nome científico, avancem para outras questões, como a da sua origem. Afinal, a existência de um hominídeo novo há 18 mil anos significa que a nossa espécie, o Homo sapiens, está sozinha há menos tempo do que se julgava. Até a esta descoberta, os Neandertais, extintos há 28 mil anos, foram os últimos humanos com quem coexistimos. "De onde veio?", questiona-se Dean Falk. "Descende de quem e o que diz sobre a evolução humana? Esta é a verdadeira excitação desta descoberta." Não é de esperar que a controvérsia acabe já. Mas a notícia, na semana passada, da autorização do regresso da equipa à gruta de Liang Bua - bloqueado pelas autoridades indonésias desde 2005, devido a uma disputa com uma cientista indonésia - pode ajudar, se forem encontrados mais crânios.


Gene de Alzheimer pode ajudar na cura

Um grupo de cientistas descobriu um novo gene relacionado com o tipo de Alzheimer contraído pelas pessoas de idade avançada, o que abre novos caminhos para explorar a causa, bem como os possíveis objectivos para o tratamento da doença. Através da análise de amostras de ADN de cerca de seis mil voluntários, os investigadores encontraram um gene comum, o SORL1, e descobriram que este é mais frequente nas pessoas com mais de 65 anos com a doença do que nas sãs da mesma idade. Quando funciona normalmente, o gene recicla a proteína precursora da amilóide no cérebro, mas caso tenha defeitos, a proteína não se recicla e consequentemente gera péptidos beta-amilóides. Estes são uns blocos proteicos a partir dos quais se formam os depósitos de amilóides acumulados no cérebro e associados à doença de Alzheimer. Esta investigação durou cinco anos e envolveu pessoas de quatro grupos étnicos europeus do norte, hispano-caribenhos, afro-americanos e árabes israelitas.Depois de descobertos cinco genes relacionados com Alzheimer, Richard Mayeux, um dos investigadores, admite que "haverá outras variantes genéticas importantes que devem ser identificadas" por poderem facilitar no fabrico de fármacos para combater a doença. Em 1993 já tinha sido identificado um gene mutante associado ao Alzheimer tardio, o ApoE4, mas provou-se que 60% dos doentes não o possuíam.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

CIENTISTAS ACHAM 52 NOVAS ESPÉCIES DE ANIMAIS E PLANTAS EM BORNÉU

Pelo menos 52 novas espécies de animais e plantas foram identificadas por cientistas na ilha de Bornéu, no Sudeste Asiático.
A descoberta realizada no último ano em Bornéu inclui 30 espécies únicas de peixes, duas de rãs de árvore, 1
6 de plantas de gengibre, três novas árvores e uma espécie de planta de grandes folhas.
Entre as novas espécies está o segundo menor vertebrado do mundo, um peixe com menos de um centímetro de comprimento; seis peixes siameses, incluindo uma variedade com cores vivas, como azul e verde; um barbo com barriga adesiva que lhe permite grudar-se às rochas e três rãs com brilhantes olhos verdes.
Muitas dessas espécies foram descobertas no "coração de Bornéu", em uma área de 220 mil quilómetros quadrados encravados em uma região montanhosa com vegetação silvestre.

Esta rã arbórea é uma das novas espécies descobertas em Bornéu. Este animal tem apenas 2,95 centímetros de comprimento.
Nome cientifico do anfíbio é Rhacophorus gadingensis.